segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mundo, louco mundo

     Mundo louco mundo, que com suas pessoas mais loucas ainda consegue confundir e fundir minha cabeça. Não bastasse o calor para me inquietar, tenho ainda que lidar com questões cotidianas, que de tão simples em sua essência tornam-se, por vezes em pensamentos perdidos, um tormento! Tento simplificar, encarar como algo "normal", ligar o botão do fod#$e, mas por fim tudo acaba sendo mais forte do que eu. Sem querer, sem nem mesmo perceber me pego pensando e, mais que isso, escrevendo sobre, ainda que sem dizer claramente o que me aflige. O que me aflige neste momento nem é tão importante assim, já que minhas ações são quase sempre as mesmas e, posso estar enganada, mas muita gente por aí age da mesma forma que eu: pensar e pensar e pensar... Será por causa do meu signo, do meu orixá, da minha personalidade Será que Freud explica ou qualquer pessoa por ai pode me dizer que isso "é natural do ser humano" Não sei. Só sei que minha ansiedade por respostas e atitudes é minha maior kriptonita e que no futuro (quando digo futura me refiro ao dia de amanhã), quando eu acordar, vou dar risada de tudo isso e mais uma vez vou me achar uma louca nesse mundo louco mundo!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Encarando a Morte...

   Falar de morte pode parecer bem melancólico e triste, mas é um assunto que não deveria ser deixado de lado. Quando estamos com familiares ou amigos numa conversa informal e alguém começa a falar de morte logo as outras pessoas querem mudar de assunto e batem três vezes na madeira num gesto de superstição para "isolar" (afastar) o "mal". Isso é muito ruim, pois quando nos distanciamos da morte e não falamos sobre ela estamos automaticamente nos privando de um entendimento mais profundo não só sobre a morte como também sobre a própria vida. Aliás, esse distanciamento só torna pior o momento em que nos deparamos com a morte de alguém que amamos. Estou certa de que se tratássemos a morte como um processo natural do ciclo da vida (nascer, crescer, reproduzir - há controvérsias - e morrer), se falássemos sobre isso com nossas crianças, sofreríamos menos. Eu sei bem que nem toda morte é natural. Muitas vezes as pessoas perdem suas vidas de forma brutal e, nesses casos, é compreensível que fiquemos muito triste e depressivos, com raiva do mundo, de tudo e de todos. Sei bem disso por que já passei pelas duas situações - morte natural, devido a doença, e morte brutal, devido a violência de outras pessoas.

   Na primeira vez que me deparei com uma situação de morte eu tinha treze anos. Nunca vou esquecer aquele dia e tudo o que aconteceu na semana anterior, no mês anterior ou mesmo naquele ano. A história como me lembro começa na virada do ano de 2003 para 2004. Eu estava na praia com minha família (meu pai, minha mãe e um dos meus irmãos). Depois da contagem regressiva para a chegada do ano novo, os fogos começaram a estourar e eu, que estava nos ombros do meu pai, comecei a chorar compulsivamente. O porque daquele choro? Eu não sabia explicar, tinha só doze anos e ainda não sabia que as coisas tem significados além do que podemos compreender no exato momento que acontecem. Eu e meu pai éramos muito amigos, conversávamos bastante e um dia, mais ou menos umas duas semanas antes dele morrer, nós conversamos sobre morte. Ele me disse que quando morremos é por que nossa missão na vida já foi cumprida. Eu é claro, como qualquer criança/adolescente, não aceitei. Eu queria um pai imortal. Alguns dias se passaram e numa manhã quando eu voltava da escola encontrei minha mãe, uma das minhas tias e uma amiga da família juntas, com expressões bem tristes, já a minha espera.
  
  Nossa, eu achava que aquele era o pior momento da minha vida! Mas, sem dúvidas, pior que saber da morte é enterrar alguém! A imagem não sai da nossa cabeça nunca. Eu fique em depressão por um tempo, mas como sempre, sofri calada. Não sou muito boa em falar de sentimentos negativos que sinto e isso é muito ruim, pois quando guardamos tudo pra gente é mais difícil superar. Felizmente estou mudando. Já fazem oito anos e hoje posso dizer que apesar de não aceitar posso viver com a falta que meu pai me faz.

   No ano passado (2011) quando minha avó materna morreu, todo  aquele sentimento ruim, aquela sensação de vazio que senti quando meu pai morreu voltou. Eu achei que ia ficar louca! Lá se foram mais dois longos meses em depressão, baixo rendimento na faculdade, sem animo até pra viver... Chorava por tudo, só tinha pensamentos ruins achando que algo ia acontecer com minha mãe ou irmãos.

   Todos vamos enfrentar a experiencia da morte um dia, e não estou me referindo a nossa morte e sim a morte de alguém que amamos. Todos os dias os noticiários da TV falam da morte de alguém e eu quase sempre fico triste por que penso naqueles que ficaram sem a pessoa amada, seja um filho, uma mãe ou um pai, um marido, etc.

   Eu não tenho problemas para falar do meu, pelo contrário. Eu gosto. Tenho orgulho de ser filha dele. Acho que com o passar dos anos e com a maturidade e conhecimento/crenças que vieram junto eu estou me fortalecendo para o futuro inevitável. Acredito que enquanto a morte não deixar de ser tratada como um tabu em nossa sociedade não teremos a paz de espirito necessária para enfrentar a perda e menos ainda para deixar quem se foi descansar em paz.

   A teoria é muito simples, eu sei. Mas a vida é constituída de exercícios diários!

   Muita PAZ!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012


   Vi essa imagem na internet hoje. Dizem que é uma Barbie Negra! Pra mim a única coisa que ela tem de uma mulher negra é a cor da pele. O rosto é todo de uma menina branca e os cabelos... é preciso comentar os cabelos? Acho que a foto fala por si só quando o assunto é o padrão de beleza que nos é imposto. E essa imposição começa ainda na infância, como bem sabemos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Quais são os seus "agravantes"?

   Sociedade. O que significa pra você? Pra mim sociedade é um sistema que cria e que é criado pelos indivíduos. Dentre tantas outras coisas existentes numa sociedade existem os padrões que dizem que devemos seguir. Acredito que esses padrões são criadas por nós mesmos e cultuados, reforçados e perpetuados também por nós. Um bom exemplo de padrão é o de beleza. Seguimos o padrão de beleza europeu no qual o belo é ser branco, de cabelo liso e loiro, olhos claros, estatura alta, corpo magro (de modelo) para as mulheres e atlético para os homens. O padrão de beleza também se estende às crianças. A criança bonita, o anjinho, é gordinha, loirinha e tem cabelos cacheados. Os padrões que nos são impostos determinam ainda o que é ser uma pessoa "descolada", "inteligente" e "bem sucedida". Além os padrões as sociedades tem suas divisões hierárquicas (determinadas pela sua classe, por quanto dinheiro você e sua família tem no banco), são machistas, racistas, cheias de implicações religiosas e não podemos esquecer da tão polêmica opção sexual. Podem dizer o que for, a mídia pode mostrar o que quiser, mas no fundo cada um de nós sabe o quanto nossa sociedade é segregadora. Aliás, por falar em mídia, ela é o mecanismo social que mais perpetua e consagra e vende esses padrões como sendo melhor da vida!

   Assim sendo, os "agravantes" como eu costumo chamar (não por que são negativos e sim por que são vistos muitas vezes como negativos) são aquelas características que todos temos e que fazem os outros dizerem "ela é legal, MAS...", "ele é muito bom no que faz, MAS...". Aí nós temos: ser pobre numa sociedade capitalista, que valoriza o dinheiro acima de tudo, que faz as pessoas acreditarem que ser rico, comprar coisas caras e andar com roupas e calçados "de marca" é o mais importante; ser mulher numa sociedade machista, na qual o homem é o sexo forte e a mulher o sexo frágil, na qual uma mulher ainda é vista com certa estranheza quando é a provedora da família ou faz "serviço de homem" ou quando simplesmente não quer ser mãe; ser negro numa sociedade racista, que perpetua até os dias de hoje o desrespeito e a desvalorização das pessoas negras, que associa sempre a imagem do negro a um ser pobre, bandido, favelado, drogado, macumbeiro, que não é inteligente, etc. (a lista de associações negativas é enorme). Não queria entrar muito no mérito das questões religiosas por que é bem complicado, mas também não posso deixar passar despercebido como nossa sociedade - a brasileira - apesar ter várias religiões coexistindo não dá total liberdade para que todas se expressem, desta forma os esteriótipos sobre elas nunca são desfeitos. Por exemplo, uma pessoa que pertence à um culto afro brasileiro é sempre vista como macumbeira, sendo associada também ao diabo (o que é uma figura bem relativa se levarmos em consideração que ele não existe em algumas religiões). Por último, porém não menos importante que os outros e não sendo o último entre todos os "agravantes sociais" existentes, trago a opção sexual. Ser homossexual numa sociedade heterossexual, que acha que mais importante que o caráter e a ombridade das pessoas é o que elas fazem entre quatro paredes e, principalmente, com quem fazem.

   Esses padrões, que nós muitas vezes mesmo sem perceber, achamos que são certos e devem ser seguidos são responsáveis por atos de violência, não só física como verbal. Todos nós temos nossos "agravantes" e já sofremos ou vamos sofrer em algum momento de nossa vida algum tipo violência por isso: ouvir uma palavra atravessada, perceber um olhar diferente, não conseguir ou perder um emprego, receber um salário menor, ser impedido de entrar ou permanecer em algum lugar, ser questionado se pode pagar ou enfrentar uma expressão de espanto quando paga, apanhar na rua, ser xingado, ... infelizmente essa lista só aumenta! Por exemplo, imaginem só o que uma mulher, pobre, negra, lésbica e adepta de uma religião afro brasileira tem que enfrentar. Nossa! Eu poderia dar vários exemplos aqui sem nem mesmo ter que usar todas essas características. Basta falar que a pessoa se encaixa em alguma dessas características que tenho certeza que cada um de vocês pode contar uma situação difícil que já passou.

   Temos que parar de encarar essas características como "agravantes". Temos o direito de ser livres e ser livre inclui não ter um dedo apontando pra você cada vez que você sai na rua. Essa mudança começa com a gente, quando nós respeitamos nosso próximo tendo em mente que também somos o próximo dos outros. Viva e deixe viver. Antes de sermos homem ou mulher, negro ou branco, hetero ou homo, rico ou pobre, católico, evangélico, espírita ou ateu, somos seres humanos e merecemos respeito!!!

O que o presente apresenta é fruto do que foi feito no passado.

Meu presente me apresenta muitas coisas boas. Não é exatamente do jeito que eu queria, mas fico pensando, às vezes, que se fosse eu não teria feito isso ou aquilo no passado e, assim, eu ainda seria eu mas de um jeito diferente. Confuso não é? Vou tentar explicar melhor... A vida tem inúmeros caminhos, mas só podemos escolher um. Quando escolhemos um caminho automaticamente deixamos de viver, aprender e ensinar tudo aquilo que teríamos nos outros caminhos (e isso é óbvio!). Minhas escolhas do passado me trouxeram para onde estou hoje, literalmente falando. A primeira escolha dessas foi mais ou menos em novembro de 2005. Botei na cabeça que iria fazer o Ensino Médio em um colégio normalista (formação de professores). E fui mesmo. Lá passei quatro anos (esse era o tempo) e conheci pessoas incríveis que ainda estão comigo, incluindo professores. Meu último ano no Colégio Estadual Julia Kubtischek, 2009, foi bem corrido. Escola, estágio, curso e, claro, pré vestibular. Não me sinto uma "super garota" por que saía de casa às 6h40 da manhã e só voltava às 22h, mesmo por que às 6h40 tem um monte de gente que já tá cansada de trabalhar!  Ainda lá em 2005, com meus 14 anos, ouvi muitas opiniões contrárias à minha decisão de ir estudar no CEJK, mas minha teimosia e recusa de sair do Ensino Médio sem uma profissão (e devo confessar que um pouco de vontade de contrariar o povo) me fizeram seguir em frente. Hoje eu tenho certeza que foi a melhor escolha.

Em dezembro de 2009 e janeiro de 2010 foi meu momento de estar de frente para um encruzilhada de opções. As notas das provas de vestibular estavam sendo anunciadas. Com a primeira aprovação fiquei MUITO feliz, meu sonho de fazer faculdade estava se concretizando e numa universidade ótima. As dúvidas vieram com a segunda e a terceira aprovação. Fiquei tipo "E agora, José?". Pensa daqui, pensa de lá, pedi opinião pra um e pra outro, botei tudo na balança e... decisão tomada: "Vou estudar na PUC!". Deixei as públicas de lado e fui me meter no meio do burgueses, haha. No começo eu achava que não ia me dar muito bem. Imaginem uma menina negra, classe C, que estudou a vida inteira em escolas públicas no meio de uma universidade cenário de novela, cheia de pessoas brancas, ricas e que estudaram a vida inteira em escola particular. Quero deixar claro que não são todos, só muito mais que a metade... Ah, também não tenho nenhum problema com brancos hein, por favor não entendam errado! Fala sério, esse papo de "não se dar bem" não combina comigo. A matricula já estava feita, claro que não ia voltar atrás (até porque já tinha dispensado as outras duas vagas). Não me entendam mal, não estou me gabando ou qualquer coisa do tipo quando digo onde estudo ou que poderia ter escolhido outro lugar, é só a minha história.

1º, 2º e 3º período se passaram e foi neste último que meu presente começou de fato a ser traçado. Quando eu entrei na faculdade já alimentava a vontade de fazer um intercâmbio, mas os preços me espantavam. Espantavam, mas não me faziam desistir. Quando eu fiquei sabendo que haveria um seleção para intercâmbio com bolsa para os Estados Unidos... Oh! Essa era minha oportunidade de ouro e não podia, de forma alguma, deixar passar. Isso foi no fim do ano passado (2011) que, por sinal, foi meu último ano de curso de inglês. O resultado da seleção vocês devem imaginar... fui aprovada e aqui estou eu. Cidade, Charlotte; estado, Carolina do Norte; país, Estados Unidos da América. "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!". Essa frase me inspira. Se pensarmos no que nossa sociedade determina para uma menina como eu, certamente nesse momento você não estaria lendo isso por que eu, ah, eu nem imagino o que eu estaria fazendo. Eu trabalhava numa escola do município do Rio mesmo, dando aulas de reforço para as crianças. Tive que largar. Se tudo der certo, ano que vem eu volto a trabalhar lá! Nesse momento eu estou no quinto período e, ca.raaam.baa, que experiência fod@! Desculpem-me o palavrão, mas só falando assim pra conseguir expressar o que eu sinto estando aqui. Mas essa experiência é assunto para outro post.

A questão que quero trazer aqui é a seguinte: todos somos livres para fazer nossas próprias escolhas. Só quem sabe o que é bom ou não pra você é você mesmo. Não estou dizendo para ignorar as opiniões alheias, pelo contrário. Ouça, receba, processe as opiniões dos outros, mas não se sinta obrigado a segui-las. O caminho que uma pessoa escolhe pra ela e que é bom não será necessariamente bom pra você também e por isso contei um pouco da minha história, pra mostrar que seguir nosso coração pode nos trazer muita felicidade. É claro que eu sei que tudo poderia ter sido diferente, mas só por ter feito o que eu queria e ter tido apoio da minha família pra isso já me sinto vitoriosa. A vida é uma só por isso não deixe que ela passe diante dos seu olhos por que está vivendo sonhos que não são os seus!

Seu passado é hoje e seu presente é amanhã. E então, o que você está plantando? =)

O que eu tô fazendo aqui?

Oiee,
Vamos começar pela apresentação? Meu nome é Namíbia, tenho 21 anos e sou carioca da gema (que orgulho!).

Criei esse blog pra dividir com vocês o que antes eu guardava só pra mim. O que já vi, o que vejo e o que ainda quero ver nessa vida. Não quero falar da vida de ninguém em especifico - deixo isso para os milhares de sites e programas televisivos que ganham dinheiro com a vida alheia. Quero falar de mim, contar experiencias, felicidades, realizações e fracassos e tristezas também, até por que a vida não é um mar de rosas o tempo todo.

Sabem de uma coisa? A cada dia que passa a vida me surpreende mais. À vocês não? =D.