quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O que o presente apresenta é fruto do que foi feito no passado.

Meu presente me apresenta muitas coisas boas. Não é exatamente do jeito que eu queria, mas fico pensando, às vezes, que se fosse eu não teria feito isso ou aquilo no passado e, assim, eu ainda seria eu mas de um jeito diferente. Confuso não é? Vou tentar explicar melhor... A vida tem inúmeros caminhos, mas só podemos escolher um. Quando escolhemos um caminho automaticamente deixamos de viver, aprender e ensinar tudo aquilo que teríamos nos outros caminhos (e isso é óbvio!). Minhas escolhas do passado me trouxeram para onde estou hoje, literalmente falando. A primeira escolha dessas foi mais ou menos em novembro de 2005. Botei na cabeça que iria fazer o Ensino Médio em um colégio normalista (formação de professores). E fui mesmo. Lá passei quatro anos (esse era o tempo) e conheci pessoas incríveis que ainda estão comigo, incluindo professores. Meu último ano no Colégio Estadual Julia Kubtischek, 2009, foi bem corrido. Escola, estágio, curso e, claro, pré vestibular. Não me sinto uma "super garota" por que saía de casa às 6h40 da manhã e só voltava às 22h, mesmo por que às 6h40 tem um monte de gente que já tá cansada de trabalhar!  Ainda lá em 2005, com meus 14 anos, ouvi muitas opiniões contrárias à minha decisão de ir estudar no CEJK, mas minha teimosia e recusa de sair do Ensino Médio sem uma profissão (e devo confessar que um pouco de vontade de contrariar o povo) me fizeram seguir em frente. Hoje eu tenho certeza que foi a melhor escolha.

Em dezembro de 2009 e janeiro de 2010 foi meu momento de estar de frente para um encruzilhada de opções. As notas das provas de vestibular estavam sendo anunciadas. Com a primeira aprovação fiquei MUITO feliz, meu sonho de fazer faculdade estava se concretizando e numa universidade ótima. As dúvidas vieram com a segunda e a terceira aprovação. Fiquei tipo "E agora, José?". Pensa daqui, pensa de lá, pedi opinião pra um e pra outro, botei tudo na balança e... decisão tomada: "Vou estudar na PUC!". Deixei as públicas de lado e fui me meter no meio do burgueses, haha. No começo eu achava que não ia me dar muito bem. Imaginem uma menina negra, classe C, que estudou a vida inteira em escolas públicas no meio de uma universidade cenário de novela, cheia de pessoas brancas, ricas e que estudaram a vida inteira em escola particular. Quero deixar claro que não são todos, só muito mais que a metade... Ah, também não tenho nenhum problema com brancos hein, por favor não entendam errado! Fala sério, esse papo de "não se dar bem" não combina comigo. A matricula já estava feita, claro que não ia voltar atrás (até porque já tinha dispensado as outras duas vagas). Não me entendam mal, não estou me gabando ou qualquer coisa do tipo quando digo onde estudo ou que poderia ter escolhido outro lugar, é só a minha história.

1º, 2º e 3º período se passaram e foi neste último que meu presente começou de fato a ser traçado. Quando eu entrei na faculdade já alimentava a vontade de fazer um intercâmbio, mas os preços me espantavam. Espantavam, mas não me faziam desistir. Quando eu fiquei sabendo que haveria um seleção para intercâmbio com bolsa para os Estados Unidos... Oh! Essa era minha oportunidade de ouro e não podia, de forma alguma, deixar passar. Isso foi no fim do ano passado (2011) que, por sinal, foi meu último ano de curso de inglês. O resultado da seleção vocês devem imaginar... fui aprovada e aqui estou eu. Cidade, Charlotte; estado, Carolina do Norte; país, Estados Unidos da América. "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!". Essa frase me inspira. Se pensarmos no que nossa sociedade determina para uma menina como eu, certamente nesse momento você não estaria lendo isso por que eu, ah, eu nem imagino o que eu estaria fazendo. Eu trabalhava numa escola do município do Rio mesmo, dando aulas de reforço para as crianças. Tive que largar. Se tudo der certo, ano que vem eu volto a trabalhar lá! Nesse momento eu estou no quinto período e, ca.raaam.baa, que experiência fod@! Desculpem-me o palavrão, mas só falando assim pra conseguir expressar o que eu sinto estando aqui. Mas essa experiência é assunto para outro post.

A questão que quero trazer aqui é a seguinte: todos somos livres para fazer nossas próprias escolhas. Só quem sabe o que é bom ou não pra você é você mesmo. Não estou dizendo para ignorar as opiniões alheias, pelo contrário. Ouça, receba, processe as opiniões dos outros, mas não se sinta obrigado a segui-las. O caminho que uma pessoa escolhe pra ela e que é bom não será necessariamente bom pra você também e por isso contei um pouco da minha história, pra mostrar que seguir nosso coração pode nos trazer muita felicidade. É claro que eu sei que tudo poderia ter sido diferente, mas só por ter feito o que eu queria e ter tido apoio da minha família pra isso já me sinto vitoriosa. A vida é uma só por isso não deixe que ela passe diante dos seu olhos por que está vivendo sonhos que não são os seus!

Seu passado é hoje e seu presente é amanhã. E então, o que você está plantando? =)

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